sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ILUMINISMO

Nome de movimento intelectual situáveis na Europa de século XVIII, embora com importantes antecedentes, nomeadamente na Grécia antiga, e que parte da identificação entre cultura e civilização, convertida em ideal de razão, ciência e progresso. Tal movimento, que se reclama herdeiro do racionalismo do século XVII, tem alguns dos seus representantes mais influentes na França, Suíça e Alemanha. Os escritos de Jean Jacques Rosseau e dos enciclopedistas franceses polarizam boa parte do movimento, mas o facto de a filosofia de Kant ou a literatura favorável às Revoluções Americana e Francesa serem frequentemente incluídas no seu âmbito torna a respectiva caracterização mais difícil de sintetizar. Francis Bacon, Descartes, Newton e Locke são alguns dos filósofos e cientistas usualmente apontados como precursores próximos. Representante típico do iluminismo setecentista é o alemão J. Christian Wolff, que no livro Pensamentos racionais sobre Deus, o mundo, a alma humana e todas as coisas em geral (1720) expõe as suas convicções fundamentais: a razão humana tem a possibilidade de dissipar as nuvens da ignorância, do erro e da injustiça, até iluminar, como um sol, o caminho da ciência que há-de permitir à humanidade o progresso e a felicidade.
Os princípios iluministas andam em geral associados a uma crítica racional propícia à investigação científica e tecnológica, à tolerância, ao humanitarismo e aos direitos universais do homem. Na esfera religiosa, a desconfiança em relação ao dogmatismo tendia, na época setecentista, a favorecer o deísmo, que se concentra num conjunto de noções básicas abstraídas das grandes religiões ¾ nomeadamente na existência de um Ser supremo, criador benévolo e digno de adoração universal. Confiantes no progresso, os iluministas (entre os quais Voltaire, apesar da sua sátira ao optimismo panglássico), desenvolveram por vezes estrénuo combate ao ancien régime e às instituições que consideravam suporte deste. Na Grã-Bretanha, os iluministas de grupo ou escola são menos fáceis de encontrar. No entanto, vários autores britânicos evidenciam algumas afinidades com posições iluministas; é o caso, por exemplo, do filósofo e historiador Hume e do historiador Gibbon, do romancista e ideólogo anarquista Godwin e de sua mulher, a feminista Mary Wollstonecraft, ou do político Thomas Paine. A influência do primeiro no segundo e noutros autores ultrapassou os círculos de Edinburgo e Glasgow, justificando, todavia, referências ao 'Iluminismo escocês', no qual são por vezes também incluídos Adam Smth e Adam Ferguson, entre vários economistas coetâneos responsáveis pelo avento do liberalismo económico.Os ideais iluministas têm, no entanto, como se disse, antecedentes antigos. Quando os Gregos se consideravam superiores aos bárbaros, partiam da noção de que a sua cultura radicava numa valorização da razão e da tradição intelectual que escapavam a outros povos, o que manteria estes numa passividade determinante do respectio estado de barbárie. Para os mesmos princípios, ideias e ideais, muito contribuíram Demócrito e a sua visão ‘progressista’ da história humana; ou Protágoras, Antifonte, Pródico de Céos e Hípias de Élis, enquanto representantes de uma sofística que, na segunda metade do século V a. C., procurava distinguir o ethos (o que se é por natureza) do nomos (o que se é por convenção). Análoga visão se encontra no rector latino Aulo-Gélio, que usa a expressão ‘veritas filia temporis’ num sentido caro aos futuros iluministas. Também a oposição renascentista ao ‘barbarismo’ gótico assenta na valorização de uma superior racionalidade. Os rótulos da época setecentista como ‘século das luzes’ e ‘idade da razão’, hoje bastante ultrapassados (sobretudo o segundo), documentam uma mentalidade crescentemente orientada para o empirismo científico, para a crença na possibilidade de domar a naturea e de a pôr ao serviço do homem. A essa orientação, já presente em Francis Bacon (cf. os objectivos da Academia de Salomão, em New Atlantis), virá frequentemente juntar-se um agnosticismo anti-metafísico, como se verifica em alguns dos philosophes franceses do século XVIII. A mesma orientação, aprofundada depois no século XIX tem-se mantido na cultura cientifista que vem até aos nossos dias. Esquemas e simbolizações lineares de crescente perfectibilismo, presentes ainda na mundividência judaico-cristã e não apenas no iluminismo, contrastam, contudo, com imagens, muito persistentes na história da cultura europeia, de um desenvolvimento cíclico não necessariamente progressivo ou de global sinal positivo.

Românico

ARTE ROMÂNICA

Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem início o período histórico conhecido por Idade Média. Na Idade Média a arte tem suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano, com o Cristianismo a arte se voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A igreja como representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados.


ARQUITETURA

No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja a estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são:
* abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
* pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas;
* aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
* torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e
* arcos que são formados por 180 graus.


A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade. A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu. Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas.



PINTURA E ESCULTURA

Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida. Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais.

MOSAICO

A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas pedras, de vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho, conheceu seu auge na época do românico. Usado desde a Antigüidade, é originária do Oriente onde a técnica bizantina utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu.